terça-feira, 9 de outubro de 2012

Seja homem!


Seja “homem”, esconda seus sentimentos, não demonstre fraqueza, não exponha nada que denote sensibilidade. Afinal, “homem de verdade” é bruto, grosseiro, insensível, mal-educado, escatológico, selvagem, sexual. Não seja o homem que você é. Seja o “homem” que a sociedade lhe impõe ser. Caso contrário, dedos lhe serão apontados, risos lhe serão dirigidos, ofensas lhe serão proferidas. Obedeça ao estereótipo, ou saia deste planeta. Não chore, não cante, não componha, não recite, não dance, não peça ajuda, não veja novelas, não use rosa, não cuide da aparência (mas tenha músculos!), adore carros, futebol e MMA, idolatre o álcool, tenha um animal feroz, fale grosso, use as mulheres e odeie todos que não sigam estas regras. Seja “homem”, pô!

E é assim que se perpetuam as relações sociais milenarmente constituídas. Qualquer tentativa de mudança jamais será bem-vinda. Qualquer regra quebrada inviabiliza o seu direito de ser chamado de "homem".  

Como dizia Cazuza: "Eu vejo o futuro repetir o passado".

Ah! O mundo dos “homens” é mesmo admirável, não é?

Não.