quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Li e recomendo

“Eu, Cláudio” (I, Claudius) e “Cláudio, o Deus” (Claudius, the God) – Robert Graves 


Sabe aqueles momentos em que você percorre uma livraria sem nenhuma pretensão objetiva e acaba por descobrir e se apaixonar por uma pérola literária? Pois bem, foi assim comigo e as obras “Eu, Cláudio” (1934) e “Cláudio, o Deus” (1935), ambas de autoria de Robert Graves e que narram, em primeira pessoa, a história do último imperador romano da dinastia Júlio-Claudiana, Tibério Cláudio César Augusto Germânico, que nasceu no ano 10 a. C., tornou-se imperador em 41 d. C. após o assassinato de seu sobrinho Calígula e morreu em 54 d. C., passando o poder ao seu filho adotivo Nero

Eu particularmente adoro história antiga e, ao adotar o recurso da 1ª pessoa, narrando a história sob a perspectiva de Cláudio numa espécie de “memórias póstumas”, Robert Graves consegue com maestria recriar todo o universo deste importante período da história humana, as conquistas sangrentas impostas pelos romanos, as intrigas palacianas, a vida sexual (principalmente no reinado de Calígula e no período em que Cláudio foi casado com a famosa e depravada Messalina), o surgimento do cristianismo, o direito romano, o funcionamento do senado diante do poder absoluto do imperador, e assim nos leva a refletir sobre a sede de poder que parece estar entranhada no ser humano desde os primórdios. Outro fato curioso é que Cláudio só chegou ao poder porque nunca o almejou e, por ser considerado um idiota e incapaz, conseguiu sobreviver aos constantes assassinatos que ocorriam na família imperial. 

Acabei descobrindo que a BBC produziu em 1976 uma minissérie de 13 capítulos baseada nestes livros. Ainda não consegui baixá-la, mas estou louco para assisti-la. Sem falar que a HBO anunciou que produzirá uma nova versão. Resultado: pirei geral! Hehehehe... 

Seguem abaixo as sinopses dos dois livros (Fonte: Livraria da Travessa): 

Eu, Cláudio (1934): “Falando dos gloriosos dias de Augusto, das crueldades de Tibério, ou da divinizada insanidade de Calígula, Cláudio formou uma história capaz de nos fazer perder o fôlego, e que é repleta de assassinatos, cobiça e loucura. A sua voz, às vezes perplexa, às vezes pesarosa, mas sempre lúcida, fala-nos, ao longo dos séculos, em seus dois grandes e clássicos romances históricos, esmiuçando todas as oscilações do seu destino, seu desastroso caso de amor com a depravada Messalina, e o seu surpreendentemente bem-sucedido reinado. 
‘CLAU-CLAU-CLÁUDIO, o gago, era conhecido como um bufão e um tolo digno de piedade, mas seu propósito foi ficar observando dos bastidores e registrando todas as peculiaridades, grotescas, violentas, lascivas, dos membros da Casa Imperial, na sua incontrolável disputa pelo poder. Então, um dia – ele próprio foi feito Imperador’, narra o escritor.” 

Cláudio, o Deus (1935): “Tibério Cláudio César, um aleijado, gago e um presumível tolo, descendente de Augusto, vai se tornar Imperador dos romanos, e surpreendentemente realizará conquistas marcantes. Este é o tema central deste segundo volume, que nos conta as intrigas palacianas, as conspirações de um senado quase sempre corrupto e subserviente, os acordos e os amores lascivos dos personagens, que ansiavam pela permanência no poder, pontuados pelos atos heroicos de comandantes e soldados profissionalmente treinados para a conquista. É um verdadeiro acerto de contas que Cláudio promove com sua época e, ao deixá-lo registrado para a posteridade, permitiu que escritores como Robert Graves desvendassem os acontecimentos que marcaram o destino da dinastia dos Cláudios. Dinastia criada por personagens marcantes como Otávio Augusto e sua ambiciosa mulher Lívia; Tibério, que deu vitórias e derrotas para Roma e que morreu para o proveito de seu filho Calígula, por sua vez o responsável por instaurar um regime de loucura e terror enquanto esteve vivo.”

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