Nasci
numa família de professores. Tios, primos e primas exercem a docência nas mais
variadas áreas. Cresci vendo essa profissão como a mais desafiadora de todas,
seja pelo esforço necessário para a formação, seja pelas dificuldades que se
apresentam no dia-a-dia, seja pela total desvalorização que ela sofre no nosso
país. Durante a infância, tive diferentes vontades profissionais: quis ser
arquiteto, dentista e até fotógrafo. Por fim, cursei o Magistério, pois vi nele
a possibilidade de sustento durante a faculdade, além de uma excelente formação
em nível médio. Mas, a partir daquele momento, não consegui fugir mais “tradição
familiar”. Mesmo tendo me graduado em Análise de Sistemas, durante a faculdade
eu já vislumbrava a possibilidade de tornar-me um professor universitário.
Vontade potencializada pelas primeiras experiências que eu já vivia como
alfabetizador.
Minha
primeira aula como profissional formado foi em fevereiro de 1998, com 18 anos,
numa turma de Jardim III. Medo, ansiedade e muitas dúvidas. Minha primeira aula
como professor de ensino superior foi em março de 2003, numa turma de
Engenharia Civil da UFMS. Naquele dia, surge a certeza de que jamais seria
feliz fazendo outra coisa.
Algumas
pessoas já me questionaram quanto às minhas escolhas. “Mas por que você virou
professor?”, ouvi. Esse “mas” traz toda uma carga negativa, como se a minha
profissão decorresse de uma falta de alternativas, trazendo no seu bojo uma
ideia de fracasso. Para muitos, é isso mesmo. Para mim, não.
Sou
professor porque gosto de desafios. Porque amo construir conhecimentos. Porque
adoro meus alunos. Porque não vivo um dia sequer igual ao outro. Porque não há
recompensa maior do que a gratidão de um aluno pelo desenvolvimento de novas
habilidades de competências. Porque nada me emociona mais do que ver ex-alunos
brilhando no mundo afora. Porque vejo a Educação como única possibilidade de
transformação social. Porque vislumbro um mundo no qual o desenvolvimento não implique,
necessariamente, na exploração dos indivíduos por outros indivíduos. O que
alguns chamam de “utopia” eu prefiro chamar de “metas”.
Educação
para mim é coisa séria. Não faço “bico” dando aula. Eu exerço a profissão para
a qual me preparo desde os 15 anos de idade. Por essa razão, muitas vezes sou
tachado como “o chato”, “o pedagogo”, “o cri-cri”. Pois bem, se tais rótulos
implicam em defender um processo educativo que realmente promova a
transformação, eu os aceito. E acrescentaria ainda o de “brigão”, pois sempre
assumi e sempre assumirei a postura de empenho na luta por aquilo que julgo
certo e necessário para a Educação.
Já
disse em outros posts que refuto a imagem do Magistério como “sacerdócio”. Não
sou padre. Não fui “tocado” pelo “dom divino” da docência. Apenas me preparei
para a profissão que escolhi e a conduzo com a seriedade que qualquer outro
profissional deve conduzir seu ofício.
Enfim, estou na
Educação porque amo a Educação.
Por quê você é desse jeito til Sanavria?
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