sábado, 9 de maio de 2015

Por que estou na Educação?

Nasci numa família de professores. Tios, primos e primas exercem a docência nas mais variadas áreas. Cresci vendo essa profissão como a mais desafiadora de todas, seja pelo esforço necessário para a formação, seja pelas dificuldades que se apresentam no dia-a-dia, seja pela total desvalorização que ela sofre no nosso país. Durante a infância, tive diferentes vontades profissionais: quis ser arquiteto, dentista e até fotógrafo. Por fim, cursei o Magistério, pois vi nele a possibilidade de sustento durante a faculdade, além de uma excelente formação em nível médio. Mas, a partir daquele momento, não consegui fugir mais “tradição familiar”. Mesmo tendo me graduado em Análise de Sistemas, durante a faculdade eu já vislumbrava a possibilidade de tornar-me um professor universitário. Vontade potencializada pelas primeiras experiências que eu já vivia como alfabetizador.
Minha primeira aula como profissional formado foi em fevereiro de 1998, com 18 anos, numa turma de Jardim III. Medo, ansiedade e muitas dúvidas. Minha primeira aula como professor de ensino superior foi em março de 2003, numa turma de Engenharia Civil da UFMS. Naquele dia, surge a certeza de que jamais seria feliz fazendo outra coisa.
Algumas pessoas já me questionaram quanto às minhas escolhas. “Mas por que você virou professor?”, ouvi. Esse “mas” traz toda uma carga negativa, como se a minha profissão decorresse de uma falta de alternativas, trazendo no seu bojo uma ideia de fracasso. Para muitos, é isso mesmo. Para mim, não.
Sou professor porque gosto de desafios. Porque amo construir conhecimentos. Porque adoro meus alunos. Porque não vivo um dia sequer igual ao outro. Porque não há recompensa maior do que a gratidão de um aluno pelo desenvolvimento de novas habilidades de competências. Porque nada me emociona mais do que ver ex-alunos brilhando no mundo afora. Porque vejo a Educação como única possibilidade de transformação social. Porque vislumbro um mundo no qual o desenvolvimento não implique, necessariamente, na exploração dos indivíduos por outros indivíduos. O que alguns chamam de “utopia” eu prefiro chamar de “metas”.
Educação para mim é coisa séria. Não faço “bico” dando aula. Eu exerço a profissão para a qual me preparo desde os 15 anos de idade. Por essa razão, muitas vezes sou tachado como “o chato”, “o pedagogo”, “o cri-cri”. Pois bem, se tais rótulos implicam em defender um processo educativo que realmente promova a transformação, eu os aceito. E acrescentaria ainda o de “brigão”, pois sempre assumi e sempre assumirei a postura de empenho na luta por aquilo que julgo certo e necessário para a Educação.
Já disse em outros posts que refuto a imagem do Magistério como “sacerdócio”. Não sou padre. Não fui “tocado” pelo “dom divino” da docência. Apenas me preparei para a profissão que escolhi e a conduzo com a seriedade que qualquer outro profissional deve conduzir seu ofício.
Enfim, estou na Educação porque amo a Educação.

"A boa educação é moeda de ouro. Em toda parte, tem valor." Padre Antônio Vieira

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